domingo, 7 de agosto de 2011

Navegação de Cabotagem - Jorge Amado


Aqui minha homenagem a este grande escritor baiano, que esta semana completaria 99 anos, um dos maiores escritores do mundo, conhecido e reconhecido por sua grande obra literária. Nesta auto-biografia narrada sem rigor cronológico, onde as histórias são contadas como numa conversa informal, podemos conhecer um pouco mais deste grande homem que foi Jorge Amado, a sua convivência com grandes nomes da cultura mundial, suas histórias hilariantes, sua forma descontraída de viver a vida, seus amigos, suas aventuras e sua importância para a literatura brasileira. Um livro sensacional para quem quer conhecer este grande gênio da literatura.

Eu sou um grande admirador da obra de Jorge Amado, seja das suas histórias picantes e sem pudor, seja da suas histórias de cunho político, seja dos seus belos romances. Foi um grande contador de história, não há como não se envolver com as suas belas histórias e não há quem não conheça pelo menos um persongem criado por ele, afinal, além dos livros, suas histórias foram adaptadas para a TV, cinema e teatro. Não deixem de conhecer esta grande figura e leiam abaixo um trecho do livro.

"Aproxima-se a data dos oitenta anos, por que se considera tão curto tempo de vida façanha a celebrar, empreitada a saudar com estrondo e festa? De toda parte, do Brasil e do estrangeiro, chegam convites para comemorações, atropelam-se as notícias, os projetos, programas infindáveis de solenidades, cresce a pressão para que aceite ir aqui, ali e acolá de ceca em meca, ouvir discursos, pronunciá-los, agradecer elogios de corpo presente, participar de atos, seminários, fóruns, almoços e jantares, quanta coisa se inventa para proclamar-se a caduquice. A generosidade dos amigos, o carinho dos leitores me comovem, mas todo esse cerimonial parece-me conter laivo de despedida, tem ar de adeus em necrológio: aqui repousa em paz, epígrafe em mausoléu, letras de ouro em campo santo.
Digo não ao discurso, à medalha, à fanfarra e aos tambores, à sessão solene, ao incenso, à fotografia de fardão ou em mangas de camisa exibindo as pelancas e a dentadura, não sou andor de procissão. Dá-me tua mão de conivência, vamos viver o tempo que nos resta, tão curta a vida!, na medida de nosso desejo, no ritmo de nosso gosto simples, longe das galas, em liberdade e alegria, não somos pavões de opulência nem gênios de ocasião, feitos nas coxas das apologias, somos apenas tu e eu."

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